27 de janeiro de 2016

Convidado especial


Os vinhos da Península de Setúbal estão em grande forma. Ainda há pouco demos conta aqui do excelente Pegos Claros (tivemos oportunidade de provar o de 2012, muito bom também), mas já muito antes tínhamos feito menção ao Quinta da Mimosa, ambos fiéis à casta Castelão Francês e ambos feitos a partir de vinhas velhas, como o saudoso Leo d'Honor, sobretudo o de 1999, 2001 e 2009, colheitas que elevaram a casta a um patamar até aí fora do comum.
A estes podemos juntar o Serra Mãe, produzido pela Sociedade Vinícola de Palmela (Sivipa), também produzido a partir de vinhas velhas, e que se destaca pela sua qualidade há já alguns anos. O Serra Mãe Tinto Reserva 2013 (teor alcoólico 13,5%) confirma o caminho seguido. É um vinho elegante, com bom equilíbrio entre a fruta e a madeira, um bom final de boca e um perfil gastronómico que vai bem com queijos de pasta mole ou massas com temperos ousados, por exemplo. Mas o Castelão Francês (casta que já foi conhecida como João de Santarém ou Periquita) tem vindo a ser associada a outras, e o resultado tem sido muito encorajador. Veja-se o caso do São Filipe Tinto 2013, produzido por Filipe Palhoça, que é combinado com Syrah e Cabernet Sauvignon, resultando daí um excelentíssimo vinho, escuro, macio, cheio de aroma e de fruta. Ou o recém-chegado Cusco, da casa Xavier Santana, que em vez do Cabernet utiliza o Alicante Bouschet, com um resultado menos vincado, mas de bom recorte e boa apetência gastronómica (o rótulo é que não ajuda a compor o ramalhete). E, a somar a tudo isto, a grande notícia é que a relação qualidade/preço é excelente.