17 de agosto de 2015

Manuais escolares

A causa da reutilização dos livros escolares é uma boa causa. Devido à crise, sim, facilita a vida às famílias. Mas deve ser também um sinal de protesto. As editoras escolares exploram o negócio até ao limite. Um manual não é apenas um manual, é um pacote de complementos e suplementos: o manual, muitas vezes dividido em dois volumes, mais o livro do professor (mas os professores não sabem as respostas?), o livro de actividades, o livro de exercícios (que no fim do ano apenas tem 5 páginas preenchidas), cada qual com o seu preço (que curiosamente não é diferente de editora para editora, como se estivessem combinados, será?).

Pode não ser ano de mudança de programa, mas é sempre tempo de uma nova edição, que é a mesma, com a ordem dos capítulos trocada, uma capa nova e, sobretudo, um novo ISBN. E o velho já não serve porque «não é o mesmo». As artimanhas do marketing são muitas, as escolas deixam-se embalar com isto e os professores, assediados, deixam-se talvez seduzir pelas longas e luxuosas apresentações em hotéis.

Reutilizar os livros escolares é uma causa de utilidade pública. Faça como eu, incentive a boa conservação dos livros escolares (sem desenhos e escritos a lápis onde tiver de ser), dê os manuais dos seus filhos no final do ano e procure os que precisa nos pontos de troca.

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