16 de julho de 2013

Quinta da Folgorosa



Não há muito tempo, visitámos a Quinta da Folgorosa, perto de Torres Vedras, que foi, no princípio do século XX, propriedade do meu bisavô, António Macieira, mas onde já se produzia vinho há muitíssimo mais tempo, guiados pelo enólogo da Quinta (juntamente com Diogo Pereira), o Eng. José João Melícias, conhecedor como ninguém, não só da história da quinta, mas sobretudo do seu terroir e respectivas potencialidades.

Após uma visita à magnífica casa, que conserva exteriormente a traça original, contributo decisivo para a criação de um «espírito do lugar», seguimos as explicações do Eng. Melícias relativas aos solos argilo-calcários, profundos e aos cuidados com que segue a vinha.





Actualmente, a Quinta da Folgorosa comercializa quatro marcas com a denominação «Vinho Regional de Lisboa», dos quais iniciámos a prova na adega da quinta pelo Fulgor Branco 2011, já mencionado neste blogue.

Diferente da edição anterior, é agora um vinho mais leve, combinando as castas Arinto e Fernão Pires. Não tem um perfil especialmente cítrico, mas apresenta um frutado exótico, aberto e fresco. Suave e elegante (12%/Vol.), dele se engarrafaram 4800 unidades.

O Fulgor Tinto Edição Especial 2009 resulta da combinação das castas Aragonez, Syrah, Touriga Franca, Castelão, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon. Trata-se de um vinho correcto e equilibrado, com notas de frutos negros e mentoladas, tudo muito suavizado e versátil, com o teor alcoólico de 13%/Vol., tendo obtido a medalha de bronze no concurso da Decanter, 2013. Dele se engarrafaram 20 000 unidades.

O Quinta da Folgorosa tinto é o vinho mais emblemático da Quinta da Folgorosa e, durante algum tempo, o topo de gama da casa. Fizeram-se 6700 garrafas da colheita de 2009. As castas utilizadas são Aragonez, Syrah e Alicante Bouschet. Com vinificação em cubas de inox e 6 meses de estágio em barricas de carvalho francês. De cor rubi, muito intensa, apresenta notas de frutos do bosque e de especiarias (baunilha, canela). É um vinho de perfil clássico, correcto, elegante (13%/Vol.). À mesa tem certa versatilidade: carne vermelha, aves, massas, queijos de pasta mole.

Provámos o Quinta da Folgorosa Reserva 2010 quando ainda estava a ser engarrafado. Constitui agora o topo de gama dos vinhos da Quinta. E todos os elogios são merecidos: é um vinho muito bem feito, elegante e harmonioso, que apresenta um corpo em perfeito equilíbrio com o teor alcoólico (14%/Vol.), com notas de compota e cereja preta misturadas com tosta e chocolate, com um final de boca longo e muito elegante. O vinho é feito com as castas Aragonez, Tinta Franca, Syrah e Alicante Bouschet e foram engarrafadas apenas 1100 unidades. À mesa requer carnes vermelhas, preferencialmente assadas, ou caça, ou queijos.



A visita à Quinta da Folgorosa (onde se começa também a fazer turismo de habitação) foi muito proveitosa. O conjunto de vinhos que sai da adega da Quinta merece a atenção de todos os apreciadores.

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